
A Tribuna Do Cariri
Bolsonaro no PL atrai aliados fiéis e deve provocar debandada no PSL

A filiação iminente do presidente Jair Bolsonaro ao PL (Partido Liberal) promete atrair aliados fiéis e provocar uma debandada na bancada do PSL na Câmara dos Deputados.
A estimativa é que entre 20 e 30 deputados federais bolsonaristas do PSL saiam do partido, informaram lideranças da legenda. A atual bancada de 54 parlamentares corre, portanto, o risco de encolher a menos da metade. No Senado, o PSL conta com apenas dois representantes.
Nem todos os bolsonaristas devem seguir o presidente para o PL. Primeiro, esperam o embarque realmente acontecer, já que o presidente chegou a sinalizar que se filiaria a outros partidos, sem nunca concretizar a mudança.
A confirmação da ida de Bolsonaro ao PL, capitaneada por Valdemar Costa Neto, ocorreu nesta quarta (10). O presidente bateu o martelo depois de um almoço com o veterano no Palácio do Planalto. Um evento na capital federal no dia 22 marcará a assinatura da ficha de filiação.
Disputa com Bivar provocou saída de Bolsonaro do PSL Bolsonaro está sem partido desde o final de 2019, quando deixou o PSL, partido pelo qual se elegeu à Presidência da República em 2018, após brigas pelo comando da sigla com o grupo do deputado Luciano Bivar (PSL-PE).
Desde então, o presidente tentava negociar com partidos de centro-direita, como Republicanos, Patriota e PP (Progressistas). Ele também tentou criar uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil, que está longe de deslanchar por falta de apoio formal.
Mesmo com Bolsonaro fora do PSL, cerca de metade da bancada dos pesselistas continuou fiel às ideias e pautas do presidente. As brigas internas entre bolsonaristas e aliado.
Insatisfeitos dentro do PL Se por um lado a chegada de Bolsonaro ao PL é festejada pela cúpula do partido, do outro, um grupo de deputados federais eleitos pela sigla demonstra insatisfação. Um deles é o primeiro vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM), que já manifestou publicamente o seu descontentamento.
Na visão de Ramos, dividir espaço na legenda com o atual chefe do Executivo federal é um fato "absolutamente incômodo", segundo declarações dadas à imprensa antes do anúncio de filiação.
Bolsonaro chegará ao PL com privilégios prometidos a ele por Valdemar Costa Neto, em especial no que diz respeito a indicações para candidaturas nas eleições do ano que vem —o que incomo.
O atual PL é fruto da fusão do PR (Partido da República) com o antigo PL e o Prona (Partido de Reedificação da Ordem Nacional). Com a junção dos partidos, sua direção optou por manter o nome de Partido da República.
A volta para PL foi possível em 2019, quando o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) permitiu a mudança. Atualmente, o PL é o partido com a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados (atrás do PSL e do PT), com 43 deputados federais.
A expectativa de líderes do partido é que ele forme, após as eleições do ano que vem, a maior bancada na Casa.
Uol